Expertise brasileira nos ônibus da China
17/05/12 10:17
Engenheiros brasileiros dão consultoria e assistência técnica a belos sistemas de corredores de ônibus na China, como esse cima, em Guangzhou (a antiga Cantão, terceira maior cidade do país). O sistema é integrado a metrô e ciclovia.
Veja o tamanho do ponto, a possibilidade do ônibus ultrapassar sem problema, como se paga a passagem antes do embarque, o que reduz o tempo parado. Quando eu morava na China, entrevistei Paulo Sergio Custódio, pai de vários sistemas parecidos no país.
No Brasil, infelizmente, poucas cidades depois da pioneira Curitiba souberam fazer direito (se o fazem). Em São Paulo, a gestão Kassab esqueceu o assunto – praticamente oito anos sem expandir a rede. A gestão Marta, que fez vários quilômetros e melhorou muitos (como o da Nove de Julho), acabou tropeçando justamente no da Rebouças, que enfrentava oposição dos moradores. Com obstáculos à ultrapassagem, enfileirando ônibus e reduzindo a velocidade deles, e pontos minúsculos, onde embarque e desembarque se arrastam, quase vira propaganda anticorredor. Pena (para nós) que muitos de nossos especialistas consigam mais trabalho na China que em casa.
P.S.: o belo vídeo acima foi feito pela StreetFilms, braço da esperta ong americana Open Plans, que decidiu fazer bons vídeos para a geração Youtube __ e assim promover boas práticas urbanas. Para mudar comportamentos, várias ferramentas são necessárias. Grandes ideias também precisam ser virais.
P.S. 2: Minha entrevista com Custodio, do arquivo da Folha: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2306200822.htm
A gestão Serra-Kassab realmente se esqueceu do assunto. Pouco, ou quase nada, foi feito nos últimos anos!
Apagaram
O colapso dos transportes controlados pelo governo paulista chegou a níveis inéditos. Superlotação desumana, filas absurdas, panes técnicas e confusões generalizadas viraram ocorrências diárias no sistema de trens e metrôs da capital. Em meio a tudo isso, há contínuas denúncias de corrupção envolvendo os contratos da área.
E é coisa antiga. A novidade atual vem da inevitável divulgação dessa calamidade, que nem a imprensa corporativa consegue omitir. Tanto disfarçaram a realidade, aliás, que chegamos a tal nível de esculacho.
Pois não aparece uma análise ou um editorial sequer chamando isso de “apagão”, como os indignados já fizeram exaustivamente em outras circunstâncias. Claro que o termo, razoável para simplificar surtos de queda de energia, serve pouco ao debate sobre os reais problemas de estrutura que vitimam o contribuinte, como a paralisação momentânea dos serviços aéreos. Mas por que desaparece agora, quando o colapso é continuado e atinge milhões de pessoas?
Talvez porque os comentaristas políticos não usam metrô, vai saber.
http://www.guilhermescalzilli.blogspot.com.br/
Muito interessante é perceber que, no Brasil, os corredores só não funcionam por incapacidade técnica não de nossos engenheiros, mas dos políticos a quem interessa somente sua própria agenda oculta e interesses escusos. Um outro fator é a falta de educação coletiva do brasileiro, que depreda o bem público, se esquecendo que ele é que pagou por aquilo. Precisamos de uma outra mentalidade, só possível com boa educação de base.
No Brasil, nada dá certo porque falta interesse dos políticos, quando são feitos são de péssima qualidade sem contar que, o brasileiro é muito mal educado! Juntando tudo isso, não dá nada certo aqui!!!