Raul Juste Loressegurança – Raul Juste Lores http://rauljustelores.blogfolha.uol.com.br Cidades globais Mon, 18 Nov 2013 13:33:05 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em busca da praça perfeita http://rauljustelores.blogfolha.uol.com.br/2012/07/12/em-busca-da-praca-perfeita/ http://rauljustelores.blogfolha.uol.com.br/2012/07/12/em-busca-da-praca-perfeita/#comments Thu, 12 Jul 2012 11:54:19 +0000 http://rauljustelores.blogfolha.uol.com.br/?p=205 Continue lendo →]]> [There is a video that cannot be displayed in this feed. Visit the blog entry to see the video.]

 

A cada novo espigão inaugurado em Nova York, a cidade ganha de graça uma boa pracinha. Hoje em dia, aliás, sem um bom jardim, assentos ou um espaço aberto ao público, dificilmente um alvará sai (em São Paulo, tudo acaba sendo mais fácil para o empreiteiro. Capitalismos diferentes o novaiorquino e o paulistano).

 

 

Ainda não aprendemos a produzir espaço público usando dinheiro privado. Basta uma olhada na construção de dezenas de edifícios de escritórios que acontecem hoje na Chucri Zaidan, perto de Berrini e afins. Além de horrores arquitetônicos, serão prédios isolados, sem atividade nos térreos, pensados para o carro, não para o pedestre. Berrini 2.

Pracinha pode parecer supérfluo, mas o espaço público deve elevar a autoestima cidadã e criar lugares mais seguros. Rua vazia é um achado para criminalidade. Por que será que a praça Roosevelt se tornou tão mais segura ao ser conquistada por mesinhas dos barzinhos dos teatros alternativos da área?

Mas não basta qualquer pracinha. O vídeo acima, além de ser uma viagem no tempo a Nova York dos anos 60, discute o que faz uma praça convidativa. O principal exemplo é o térreo do Seagram Building, obra-prima do modernismo, do arquiteto Mies van der Rohe, um dos gênios da escola alemã Bauhaus que imigrou para os Estados Unidos.

Do tamanho do assento ao espaço para as pernas, da proteção à sombra ao material do piso, da cadência das cadeiras e das distâncias que permitem ou não um bom papo, fazer uma boa praça é uma arte. Ainda estamos em tempo de aprender.

(Obrigado ao amigo Thiago Arruda pelo vídeo. Este post marca a minha mudança para Nova York, onde sou o novo correspondente da Folha. Mas não deixarei de escrever de cidades e urbanismo. Nova York inspira vários debates na área. Para me seguir no twitter, clique aqui )

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Proibido tirar fotos http://rauljustelores.blogfolha.uol.com.br/2012/06/15/proibido-tirar-fotos/ http://rauljustelores.blogfolha.uol.com.br/2012/06/15/proibido-tirar-fotos/#comments Fri, 15 Jun 2012 13:12:05 +0000 http://rauljustelores.blogfolha.uol.com.br/?p=162 Continue lendo →]]>

Os seguranças do Conjunto Nacional, o prédio mais inteligente da Paulicéia, dizem ao turista desavisado que “é proibido tirar fotos” de seus fantásticos corredores, ignorando a abertura escancarada da arquitetura de David Libeskind.

 

O mesmo acontece com os seguranças no hotel Unique. Em tempos de celulares onipresentes e suas câmeras digitais ultrapotentes, está na hora de relaxarmos o “não pode” automático e canhestro. Imagina na Copa? Se não clicarem nossa arquitetura, os turistas fotografarão o quê em São Paulo? No Louvre, até a Monalisa pode ser clicada.

 

A autoestima paulistana é um tanto frágil, graças à feiura das construções que nos rodeiam. Mas algumas construções conseguem surpreender os mais viajados dos visitantes. Já levei diversos arquitetos estrangeiros, artistas e curadores para visitarem o Conjunto Nacional.  A amplidão generosa de seus corredores, o piso da calçada é o mesmo piso das áreas internas, borrando as fronteiras do público e do privado.

 

O mix de escritórios e apartamentos e lojas no térreo criaram um raro quarteirão misto, vivo e frequentado de segunda à segunda, da manhã à noite. O contraste com os bancos da Paulista, que não tem uma única farmácia no térreo e que geram quadras ermas na mesma avenida, é exemplar. A entrada para as garagens nas ruas secundárias e as calçadas largas apontam para uma São Paulo mais possível.

 

A síndica Vilma Peramezza se tornou uma personalidade paulistana por administrar muito bem aquela cidadela entre a Augusta e a João Manuel, entre Paulista e alameda Santos. Mas o prédio poderia tentar se livrar dos aparelhos de ar condicionado que arruinam a sua fachada. Ainda assim, é um exemplo de obra que melhora a cidade.

 

O marketing dos “edifícios inteligentes” da Berrini e da Chucri Zaidan, que formam uma das áreas mais desoladas de São Paulo, não engana _ no máximo, formam uma sub-Dallas.

 

A história do Conjunto Nacional, erguido por um empresário argentino de origem húngara e que foi desenhado por David Libeskind, um arquiteto paranaense de apenas 26 anos de idade, deveria ser mais conhecida. Com muito otimismo, que inspire o mercado imobiliário paulistano. Segurança, deixa fotografar!

Foto: Skyscrapercity

 

 

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